Como o medo de errar impacta a sua jornada

Por Natália Agostini

O medo de errar me fez perder alguns anos, mas também me ensinou lições importantes.
Ou melhor não foi o medo quem me ensinou, foi a terapia.
Eu me lembro da tarde, em que eu quebrei um anel que a minha mãe me deu, uma criança de 6 anos morde coisas, faz coisas sem pensar. E eu mordi o anel v ele quebrou.


E eu me lembro da sensação de desespero, não existe outra palavra. Eu senti que o ar faltou, comecei a chorar, me sentia quente, o coração acelerou.
Então eu fui contar pra ela o que eu fiz, levei o anel na mão aos prantos e disse: “pode me bater, eu mereço.”
O que leva uma criança de 6 anos a achar que ela merece sofrer uma violência física por quebrar um objeto?
Apanhar reconstruiria o anel?
A verdade é que a minha referência foi da surra que eu levei tempos antes por despejar todo o pinho Sol no vaso pra ficar “muito cheiroso” pensava eu.
resultado?


A primeira surra que eu me lembro com a mangueira do chuveirinho do chuveiro. O pior não foi a dor, foram as marcas nas pernas e o olhar de pena quando eu contei porque tinha aquelas marcar.

A vergonha, o medo, a punição começam no outro.
No olhar, na fala, nas ações.
Mas o outro reproduz o que ele aprendeu, sentiu e conhece.


Como mudar o ciclo então?
“A escolha não é entre punir ou perdoar, mas entre compreender para ganhar um pouco de liberdade.
Odiar é permanecer prisioneiro do passado. Para livrar-se é melhor compreender.” (Boris Cyrulnik)
Compreender não mudou apenas o meu olhar sobre a minha história, mas permitiu que eu olhasse para as crianças como novas histórias e não apenas como consequência da minha.
Os meus filhos, como pessoas, erram o tempo todo, mas o erro na nossa casa é normal.


Porque nada nessa jornada é definitivo.


Mais importante do que acertar o tempo todo, é ser gentil consigo mesmo depois de cada erro.
E compreender que os erros que cometeram com você, não eram sobre vocês eram sobre as histórias que vieram antes.

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